1 de mai. de 2013

Leitor de livraria: um bibliotecário

Por William Okubo

Depois de algum tempo tomo coragem (ou vergonha na cara) e me ponho a escrever mais um artigo para o Blog da Companhia... Não. Não. Não se trata do charmoso Blog da Companhia das Letras, e sim do Blog da Companhia dos Maltrapilhos!

E eis que escrevo sobre a presença de um bibliotecário selecionador (que na falta de ânimo de selecionar para a Biblioteca onde trabalha seleciona para si próprio, um bibliotecário-leitor) em sua visita ritual a uma das grandes livrarias da paulicéia desvairada e atolada.

Foi ontem à noite a visita.

Depois da dupla jornada de trabalho (o número 1 e o free-la) fui até a Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em minha modesta opinião, um dos lugares mais maravilhosos para leitores desta cidade. Calma aí, também curto as bibliotecas, meu!


Mas voltando ao que interessa, cheguei e já fui atrás de alguns lançamentos. Peguei uns 8 livros e fui me sentar na área dos pufes. Como de costume, eu lia e observava ao redor. Já eram 20 horas e aquele lugar estava lotado e foi quando vi logo à minha frente uma moça encostada gostosamente em um pufe lendo "Vermelho amargo", do ótimo Bartolomeu Campos de Queirós. Logo pensei: garota de bom gosto! Voltei para os meus livros...
Minutos depois vi chegar uma amiga. Elas se beijam e do nada uma delas solta um latido bem fraco. Lógico que eu e outros clientes-leitores da vizinhança olhamos para elas. No primeiro momento não vi nada, mas não satisfeito deixei os livros de lado e fiquei olhando atentamente para as garotas até que vi um minúsculo cão no colo daquela que lia o Bartolomeu!
Sim, era um cãozinho poodle que havia latido e não a garota. E o mais incrível, o danado havia ficado quietinho por um longo tempo sob os lindos seios de sua dona.....
Claro, que mesmo depois da descoberta continuei olhando e ouvindo a conversa até os momentos finais quando escutei o seguinte diálogo:
- Queria um desses lá em casa! Disse a amiga da voraz leitora.
- Eu também! disse uma outra leitora-cliente já seduzida pelas patinhas do bicho que batiam em suas costas.
- Auuu! Latiu por fim o cãozinho.
Cansado de cena tão cheia de fofura, peguei o celular e tirei a foto que acompanha o relato. Prova de que não é um conto da carochinha isto que vos escrevo....

Não poderia terminar sem dizer: como não amar um local que permite a entrada de pessoas com seus bichos de estimação e que dá liberdade para você pegar quantos livros quiser, fotografá-los livremente como fiz, deixá-los jogados a seus pés ou sob sua mochila fedorenta? É. As bibliotecas públicas precisam não copiar tal sistema mas buscar formas de trazer o aconchego que as livrarias disponibilizam a seus clientes-leitores.


Em tempo, vejam também as fotos dos bons livros que xeretei e indico!

Biografia do Casagrande (comprei!) e novo do Coetzee

Análise das poesias do Mário sobre São Paulo



Livro policial de texto muito, muito gostoso!


Depoimento do Museu da Pessoa em livro, com apresentação de  "famosos" (hahaha)

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